Não é muito difícil vermos hoje em dia cada vez mais criadores prometendo cães cada vez menores, os chamados "micros". Por um lado, o que esses criadores estão fazendo é atender a demanda do mercado, que requer cada vez mais "produtos" portáteis: computadores portáteis, celulares portáteis e cães "portáteis", por outro, esse criadores se aproveitam para lucrar mais, e acabam por produzir exemplares atípicos e fora do padrão.
Em meu pouco tempo de criação de Malteses, tenho recebido inúmeros pedidos de cães mini, micro, micríssimos, sendo que para a raça não existe tal denominação. O padrão CBKC define o Maltês como um cão de peso que varia de 3 a 4 Kg. Em uma ninhada é possível obter cães menores naturalmente, eu mesma possuo cães de 2 e 2,5 Kg mas não foram propositalmente miniaturizados nem eu reforço essa prática. Já perdi vendas por meus cães serem "muito grandes", porque aparentemente, hoje em dia um Maltês de 2,5 Kg é enorme!
As pessoas acham que, cães micríssimos são necessários porque moram em apartamento, mas não têm nenhuma noção de que cães de 3 Kg já são pequenos e não "ocupam" nenhum espaço, e forçá-los a ser ainda menores é um abuso contra a natureza e a constituição física dessa raça!
Cãe pequenos demais podem apresentar inúmeros problemas como fragilidade dos ossos (qualquer queda pode ser fatal) e problemas graves de saúde!
Temo pelo futuro das raças, especialmente as pequenas, que vem sendo alvo dos vendedores de cachorros e de compradores sem conhecimento. Entre elas Yorks, Malteses, Shih Tzus... que vêm perdendo cada vez mais suas características originais.
Meu desejo é ver cada vez mais criadores sérios e comprometidos com a raça que criam, que dêem prioridade a qualidade em lugar do lucro.